sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Silêncio


Eu vejo uma gota
Caindo do teu rosto
No mais profundo silêncio.
Nossos olhos se conversam,
Tem tanto a ser dito
Mas nossos lábios permanecem congelados,intactos.
Queria tanto abraçar-te
Mas há algo forte que me impede.
Suas palavras já foram tão doces,tão puras
Mas hoje eu não quero ouvi-las mais
Pois elas pra mim são apenas mentiras,
Prefiro ouvir teu silêncio.
Meu coração completamente despedaçado
Busca forças para se reconstruir.
Minhas mãos suadas e trêmolas
Deixam mostrar o quanto isso me destrói,
Deixa escapar minha fraqueza.
Nossas mãos permanecem longe.
Eu te vejo partindo
E contigo vai uma parte de mim
Que me torna incompleta,
Que me faz me sentir vazia.
Comigo fica
O teu silêncio
Que tanto me fez sofrer
E sua gota caída ao chão
Que agora não existe mais
Pois ela está seca.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um dia


Espero que um dia,apenas um dia
Eu seja capaz de secar minhas lágrimas
E de dar um basta em tudo.
Minhas convicções e ideais estão desgastadas,
A melancolia já faz parte do meu dia a dia,
Virei escrava da minha solidão.
Nada é capaz de me levantar,
Nada é capaz me fazer sorrir.
Arranque um sorriso do meu rosto,
Acho que só assim minha alma retornará á viver.
Ou então,
Me dê um tiro certeiro em meu peito e faça minha alma repousar
Em um sono escuro e atormentador.
Tape os meus olhos
De uma forma que eu não possa enxergar nem sombras.
Tape os meus ouvidos
Pois tudo que eu ouço me dá medo.
Não é um medo qualquer,
É um medo esmagador
Que consome minhas veias.
Me dê um ponto de apoio
Minhas pernas não me suportam mais.
Minha mente está fraca e frágil.
Sinto que aos poucos vou caindo em um abismo,
O abismo mais escuro e medonho.
Fecharei meus olhos para que eu não seja
A testemunha da minha própria desgraça!
Dou de cara com o meu medo e logo sou abraçada por ele,
Ele se olha no brilho dos meus olhos
E nele eu encontro o ''sono'' que eu tanto temia.

Dedicado á Stacy.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Descrição


A música alta, as paredes sujas,
Livros espalhados pelo chão.
Gavetas abertas, papéis velhos,
A noite lá fora, aqui dentro solidão...
estou deitado, o rosto sem expressão,
no centro deste quarto pequeno,
A música continua, cigarros no chão,
Aqui dentro tristeza, lá fora sereno...
Nenhuma testemunha, como eu queria,
Somente a fumaça que dança no ar,
a alma sofrida, a mente vazia,
Aqui dentro lágrimas, lá fora o luar...
O sangue doce, viscoso e vermelho,
Escorre devagar e alivia meu sofrimento,
Páginas rasgadas, pedaços de espelho,
Aqui dentro a música, lá fora o vento...
Pulso ferido, solidão e agonia,
A vida saindo por este profundo corte,
Sofrimento, vida vazia,
Lá fora a vida, aqui dentro a Morte...